Galáxia • the end of the world as we know it (and i feel fine)
Notas sobre o fim do mundo e coisas legais que aconteceram esse ano para tentar acalmar a ansiedade
Dois conteúdos me marcaram demais esse ano e percebi que eles têm algo em comum: o fim do mundo. Por incrível que pareça, esse é um assunto que me interessa bastante, mas não de um jeito trágico. Tenho muita curiosidade em imaginar como será o momento em que as coisas simplesmente vão parar de funcionar. Acho que a pandemia aguçou um pouco essa minha ansiedade, com aquela sensação constante de achar que estamos vivendo nas cenas de abertura de um filme distópico.
Primeiro foi a série Station Eleven (HBO) que, apesar de ter sido lançada no final de 2021, acabou entrando no meu radar só esse ano. Na série (que é baseada no livro da Emily St. John Mandel), uma pandemia dizimou grande parte da população e a história se passa nesse futuro distópico, um mundo sem tecnologia e meio terra de ninguém.
O outro foi o livro Ao paraíso, da Hanya Yanagihara. Esse me pegou de jeito e eu estou até agora tentando processar as 700 páginas que devorei em poucas semanas. O livro é dividido em três partes, mas a que me deixou mais aflita foi a parte final, que se passa depois de 2050, em um mundo totalmente devastado por pandemias, mudanças climáticas e governos totalitários. É contado pelo ponto de vista de alguém que viu tudo degringolando e por uma pessoa que não, que simplesmente já nasceu nessa realidade bem esquisita.
O fim do mundo provavelmente não é algo que vai acontecer da noite pro dia e sim aos poucos, com notícias sobre alguma mutação de vírus ou sobre o desaparecimento de uma cidade pelo derretimento das geleiras dividindo espaço no jornal com o placar do jogo de futebol e um novo filme em cartaz. Para acalmar a ansiedade, eu gosto de reassistir o meu vídeo favorito da internet e tento lembrar que já que a gente não controla nada, vale a pena viver a melhor vida que podemos viver.
🤖 2022 foi o ano em que ferramentas de Inteligência Artificial se popularizaram e começaram a sair da bolha tech e se espalhar pelos feeds e mostras de arte por aí. A OpenAI, empresa responsável pelo DALL-E e pelo ChatGPT é uma das responsáveis por esse movimento e é um alerta de que a Inteligência Artificial está começando a rivalizar com a capacidade humana, pelo menos em algumas coisas. (VOX)
📅 Dezembro chegou e as retrospectivas já começaram a pipocar. A minha favorita é sempre a do Google, que consegue transformar qualquer ano caótico em um vídeo emocionante.
📚 Torço muito para que o Twitter não acabe e um dos maiores motivos é que é a única rede social capaz de nos presentear com momentos como esse: uma autora postou chateada que só duas pessoas tinham aparecido no lançamento do seu livro e recebeu comentários motivadores de autores consagrados como Stephen King e Margaret Atwood.
🦸♀️ A BBC divulgou a lista das 100 mulheres mais inspiradoras e influentes do mundo em 2022. A lista tem nomes como Billie Eilish, Priyanka Chopra Jonas e minha representante escolhida para o Congresso, Erika Hilton. (BBC)
🎧 Seu Spotify Wrapped estava um pouco... previsível? Dê uma furada na bolha com essa ótima playlist criada pelo site Rest of World.
🌍 E falando em sites que ajudam a furar a bolha, além do Rest of World, adoro a newsletter
e o site Sixth Tone, que tem notícias em inglês sobre a China.🎨 Para quem é de São Paulo, duas novidades: o Museu das Favelas, localizado em um casarão no Campos Elísios e a Pina Contemporânea, novo espaço da Pinacoteca que vai inaugurar no dia 25 de janeiro.
🤓 Eu tenho um fraco pela intersecção de arte e tecnologia (estudei muito o assunto na faculdade e na pós-graduação), e fiquei de cara quando descobri os incríveis cursos gratuitos do Homeostasis Lab. Um time de peso e discussões maravilhosas que vão de Memes até Arte Espacial.
💫 Em um mundo em constante mudança, aqui algumas dicas para ficar mais tranquilo com as incertezas dessa vida. (Every)
Fiquei muito feliz quando vi a notícia que a venda de livros no Brasil cresceu esse ano. Eu, que sou uma leitora voraz desde pequena, tenho a leitura como um dos meus passatempos favoritos e acompanho muitas newsletters especializadas no assunto, como a
e a . Infelizmente minha listinha de leituras desse ano foi bem menor do que a do ano passado – culpo isso pelo aumento de vida-lá-fora e minha atenção de centavos depois de todo o trauma vivido nos últimos anos – mas para quem gosta de boas listas, saiu a do NY Times e da Quatro Cinco Um, que costumam combinar bastante com o meu algoritmo.🎬 Os melhores filmes de todos os tempos, pela revista britânica Sight and Sound. E uma ótima matéria do NY Times sobre como nossa percepção do que é um clássico muda conforme o tempo.
📺 A Rolling Stone fez uma lista com as melhores músicas de abertura de todos os tempos.
💾 O Pocket sempre faz uma seleção fina de links e a retrospectiva deles tá cheia de boas dicas.
Uma playlist deliciosa pra já esquentar pro verão! Pra quem não conhece, o The Summer Hunter é um perfil cheio de conteúdos legais, vale seguir.
Espero que tenham gostado da penúltima edição do ano 😎 Amando todos os comentários e curtidas, obrigada! Quem quiser pode me seguir lá no Instagram também.
Terminei de ler a news e fui ali tirar “Ao paraíso” da estante. Confio MUITO no seu gosto <3 E obrigada pela menção!
A terceira parte do livro da Hanya tbm foi minha favorita. Eu adoro como ela pensou em detalhes tão pequenos desse dia a dia distópico. A forma como tudo isso vai sendo explicado aos poucos me pegou de jeito. Não vou esquecer a Charlie tão cedo.
Seu texto me lembrou o filme "Procura-se um amigo para o fim do mundo", você já viu?